
Antes dos imponentes desfiles das escolas de samba, o Carnaval do Rio de Janeiro tinha outra tradição que encantava foliões e espectadores:
o Desfile de Corsona Avenida Rio Branco. Essa celebração marcou época nas primeiras décadas do século XX, transformando
a principal via da cidade em um verdadeiro palco a céu aberto, onde a alegria desfilava sobre as rodas.
O corso consistia em uma grande parada de automóveis enfeitados, que percorriam a Avenida Rio Branco, com foliões fantasiados.
A elite carioca trouxe a tradição europeia dos anos 1910 e 1920 onde os carros abertos circulavam lentamente, permitindo que seus ocupantes jogassem serpentinas e confetes, enquanto interagiam com a multidão.
Eram tempos de moda e charme, em que o desfile de veículos luxuosos, ocupados por damas e cavalheiros bem-vestidos, simbolizava status e sofisticação. Com o passar dos anos, o evento foi ganhando popularidade e se tornando mais democrático.
Os corsos passaram a reunir também foliões de diferentes classes sociais, que tomavam as ruas para brincar o Carnaval.
Bandas e orquestras animavam o trajeto, e a cidade se entregava a uma festa contagiante. Contudo, com a ascensão das escolas de samba na década de 1930 e a urbanização crescente do Rio, o corso perdeu força e, gradualmente, foi substituído pelas manifestações carnavalescas que conhecemos hoje.
Mesmo extintos, os Desfiles do Corso da Avenida Rio Branco permanecem na memória do Carnaval carioca como uma época de ouro, repleta de requinte e descontração.
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