É uma instituição que preserva o patrimônio bibliográfico e documental do Brasil. Contando com um acervo estimado atualmente em dez milhões de itens, é considerada pela Unesco como a oitava maior biblioteca nacional do mundo e a maior da América Latina. Sua sede está no Rio de Janeiro, na Avenida Rio Branco. Além dela, a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) engloba ainda a Biblioteca Euclides da Cunha (BEC), situada no Rio de Janeiro e destinada a atender crianças e jovens, e a Biblioteca Demonstrativa de Brasília (BDB).
Suas origens estão relacionadas à criação da Biblioteca Real, a segunda organizada pela casa real portuguesa - a primeira foi destruída pelo terremoto que atingiu Lisboa em 1755. Com a vinda da família real, a biblioteca foi trazida ao Brasil. Um decreto de 29 de outubro de 1810 é o marco oficial da criação da Biblioteca Nacional. O acervo de 60 mil peças foi instalado na Ordem Terceira do Carmo, mas a Biblioteca, apesar de inaugurada em 13 de maio de 1811, só foi aberta ao público em 1814. Antes disso, o acesso era restrito a estudiosos mediante pedido. Nos primeiros anos no Brasil, o acervo teve um enriquecimento considerável, datando dessa época a aquisição de importantes coleções, como a de Manuel Inácio da Silva Alvarenga. Após a Independência, ela foi comprada pelo Império do Brasil como parte da Convenção Adicional ao Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal em 29 de agosto de 1825.
Mesmo depois da mudança para uma outra sede, na Rua do Passeio, em 1858, no prédio hoje ocupado pela
Escola Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a necessidade de acomodar melhor um acervo em constante crescimento ainda era um dos principais problemas enfrentados pela Biblioteca. Isso levou o presidente Rodrigues Alves, em 1905 a dar início às obras de construção de uma nova sede para a Biblioteca. Com projeto do General Francisco Marcelino de Sousa Aguiar e influências dos estilos neoclássico e art nouveau, a nova e atual sede da Biblioteca Nacional é inaugurada em 29 de novembro de 1910, sob a presidência de Nilo Peçanha. A estrutura da nova sede, contudo, foi apontada por alguns de seus diretores como imprópria para abrigar uma biblioteca.
A Lei de Depósito Legal (Lei 10.994, de dezembro de 2004), segundo a qual a Fundação Biblioteca Nacional deve receber um exemplar de tudo o que se pública do Brasil, é, atualmente, o principal instrumento para que a Biblioteca possa exercer sua função de registro e guarda da produção cultural nacional. Além dessa função, ela tem a responsabilidade da elaboração e divulgação da Bibliografia Brasileira. A Biblioteca Nacional também funciona como Agência Nacional do ISBN (Internationale Standard Book Number), isto é, ela atribui códigos às editoras e publicações nacionais, ordenando sua divulgação e comercialização.
Apesar das dificuldades enfrentadas e apontadas por seus diretores, a Biblioteca Nacional se mantém como principal centro brasileiro de informações documentais e bibliográficas. Dentre as importantes coleções e peças que ela abriga, encontram¬-se a coleção de fotografias Teresa Maria Cristina, doada em 1891 pelo imperador Dom Pedro II (1825 - 1891) e que leva o nome da imperatriz; dois exemplares da Bíblia de Mogúncia, que datam de 1462; e o Evangelizaria, datado do séc. XI-XII, o mais antigo manuscrito da Biblioteca Nacional.
Fonte: Itaú Cultural
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