
CIDADE ESCOLHE MODELO INTERNACIONAL E FICA NA VANGUARDA
Eventos climáticos, como as enchentes no Rio Grande do Sul, se tornarão mais frequentes e intensos, segundo os cientistas. Buscando reduzir os efeitos extremos como o que aconteceu no Rio Grande do Sul, a Câmara do Rio aprovou durante a sessão ordinária o PL 1928/2023, que estabelece o modelo de gestão de inundações e fortalecimento de infraestrutura ecológica e de sistemas de drenagem chamado "Cidade Esponja", o mesmo que tem sido adotado em diversas cidades do mundo, como Nova Iorque, Berlim e Xangai.
Foi aprovado em 1a discussão, com emendas, e voltará à pauta para nova votação. O vereador Willian
Siri ressaltou que o mundo está em um momento de emergência climática e que ao optar pelo conceito de "Cidade Esponja", o Rio de Janeiro se coloca na vanguarda no país. "A cidade esponja foi conceituada por um arquiteto chinês e justamente faz essa transição, pensa as cidades numa transição do escoamento superficial para absorção. A ideia é que as cidades se tornem permeáveis. Essa cidade esponja está caracterizada pela adoção de jardins de chuvas, tetos verdes, pavimentação drenam-te, reflorestamento, bueiros ecológicos e valas de infiltração. Esse modelo já é utilizado em grandes cidades", explicou o parlamentar.
O cenário visa a transformação de cidades comuns em Cidades esponja como uma saída urbanística para que a natureza, os impactos climáticos e as estruturas urbanas convivam de uma maneira mais inteligente. O objetivo das mudanças arquitetônicas e urbanísticas é encontrar soluções que ajudem a absorver as águas de chuva - seja em "áreas livres ou construídas'. A ideia também é recarregar os aquíferos e lençóis freáticos locais com essa água, bem como deixar o excedente de chuva escorrer para áreas possíveis de serem alagáveis. As Cidades-esponja têm o potencial de contribuir para a melhoria de outros aspectos essenciais para a qualidade de vida, bem-estar e atração de empresas da nova economia 'verde' e criativa.
Para o arquiteto chinês Kongjian Yu, criador do conceito de cidades-esponja, para evitar ou mitigar esse tipo de tragédia é necessário parar de "lutar contra a água" e investir em soluções sustentáveis baseadas na natureza. "Temos uma escolha a fazer: investir em grandes barragens e diques que estão fadados a fracassar ou apostar em algo que é duradouro, sustentável e ainda bonito e produtivo. Funciona em qualquer lugar. As cidades-esponja são uma solução para climas extremos, onde quer que eles estejam", afirmou. "E o Brasil pode se dar muito bem com elas, porque tem muitas áreas naturais, o que dá mais espaço para a água escoar", prosseguiu Kongjian Yu.
|